17 de agosto de 2008

E essa minha capacidade de me entregar tanto me incomoda demasiadamente hoje.
Sim, esse meu negócio meio doido de ficar analisando as coisas interminavelmente, e o fato de me entregar tanto a uma ilusão, criando uma espécie de escudo tão forte que mesmo a realidade mais dura bate e volta. Não sinto dor em nada além dessa ilusão besta.
Mas as outras pessoas ficam pasmas, aquelas que me conhecem bem pra saber que aquilo deveria me estilhaçar em mil pedaços, mas não o suficiente pra entender porque ao invés de chorar e me descabelar, no meio da festa eu estava simplesmente parada olhando as pessoas dançando na pista, com minha cerveja na mão e a serenidade na outra.
E então eu finjo abatimento e dor, e tristeza. A tristeza não preciso fingir, pois estou lá parada na festa, como uma idiota, e ao invés de sofrer pelo óbvio, sofro por não sofrer pelo óbvio, e por sofrer por algo que só existe na minha mente.
Como posso continuar vivendo assim? Me agarrando as minhas próprias ilusões, me envolvendo com tudo que é mais complicado, tomando tanto café e não fazendo exercícios?
Que espécie de pessoa eu me tornarei?
Aquelas que vivem de novelas, que se identificam com os personagens ridículos, que não tem vida própria. Aquelas pessoas que passam todo o tempo cuidando dos parentes, as tias, as eternas tias...
Os anos passam e ainda assim as palavras não vem, tudo muda e mesmo assim essa "coisa" pela qual eu tanto anseio parece apenas se afastar de mim.
Ontem foi uma noite boa e terrível, aleatóriamente.
Eu dancei, eu sofri, eu dei risada, eu ansiei, eu bebi, eu desisti...
E mesmo assim, após tudo isso, estou aqui ainda, em pé, acreditando, escrevendo, sonhando...
As vezes acho que sou feita de um material estranho, como aquele carinha que quer matar o Schwarzenegger e o garotinho do Exterminador do Futuro. Pois mesmo quando to na merda, mesmo quando to no céu, sempre tendo a voltar a essa estranha condição de inércia.

14 de agosto de 2008

Sickness

Anestesiei minha alma, assim não sofro mais por quem não quer meu sofrimento.
Cortei com o bisturi as dores e as preocupações, sai do msn por um dia, sai do orkut por um dia, não quis falar com ninguém por um dia.
Abri meu coração ferido com delicadeza, extrai de lá o ultimo resquício de esperança pra mim, aquele que eu tinha guardado tão fundo, que ignorei por tanto tempo, que estava novamente se mostrando, e como um câncer me consumindo.
Arranquei-o de mim com um golpe de razão.
Costurei de volta alguns pedacinhos de felicidade e amor, que são os amigos que tenho e que amo, razão pela qual ainda estou aqui.
Cirurgia bem sucedida joguei aquele amor antigo pela janela, assisti a queda, o vi acabar em dor fitando-me morrendo com um sorriso sarcástico.
Voltei pra minha cama, repouso absoluto, sem msn, sem orkut, sem nada que me lembre aquela doença silenciosa que se manifestou assim, tão derrepente.
Me sinto como qualquer um em um quarto de hospital, a cama é dura demais, o travesseiro macio demais, a comida não tem gosto e todos te visitam com semblante de bom samaritano, perguntam como você está, desejam melhoras e te me deixam novamente sozinha. Me sinto só.
Entro no msn, entro no orkut...
Vejo você, e toda a esperança renasce no meu peito, com seu sorriso sarcástico, vencendo despudoradamente todas minhas barreiras.
Não me resta nada a não ser aceitar essa doença, que me consome, que me limita, e que mesmo assim é o que me trás a sensação de existir.

7 de agosto de 2008

Eu e meu DDA

Mudanças repentinas de humor, indo da mais completa alegria ao mais desesperador estado de angustia e revolta do nada, mania de pensar o tempo todo, pensamentos quase nunca relacionados ao que estou fazendo, ou ainda o fato de estar analisando tudo como se eu fosse uma mera espectadora, enquanto outras pessoas vivem suas vidas eu penso na vida, e, depois de muito pensar eu vivo.
Insegurança absoluta sobre tudo, mas tudo mesmo, mania de desconfiar até das coisas mais simples, questionando todas as pequenas coisinhas entre as maiores coisinhas que fazem com que nunca me falte assuntos pra pensar.
Síndrome dos pés inquietos, ter que balançar alguma parte do corpo o tempo todo, mesmo pra dormir, e demorar muito tempo pra dormir devido à sempre ter algo interessante demais pra pensar pra perder tempo dormindo.
Dificuldade pra prestar atenção nas aulas, por estar pensando em outra coisa (pra variar), ou por já ter entendido o que o professor falou antes mesmo de terminar a explicação, ou ainda por achar que aquilo tudo não passa de uma grande perda de tempo.
Procrastinar os trabalhos até o ultimo dia possível, e então me matar pra fazer o que podia ter feito com dias de antecedência.
Não entender como todas as pessoas conseguem viver uma vidinha tão feliz e contente, imersas em simplicidade, enquanto eu vivo submersa em duvidas, conceitos, mudanças incertezas, problemas, incapacidades, mediocridade e tudo mais que os outros parecem ignorar ou aceitar.
O fato de não conseguir organizar nada, absolutamente nada.
Nada me faz criar interesse, quando penso no futuro, simplesmente não me vem nada em mente, e não consigo me imaginar fazendo todo dia a mesma coisa, nem se fosse à coisa mais incrível do mundo.

Mas o pior de tudo isso são as pessoas que não compreendem isso, que encaram meu jeito de ser como uma afronta a elas, como se eu vivesse particularmente pra isso, meu objetivo de vida é ser miserável e triste pra atingir meus entes queridos.
Pessoas que não tem vida, que fodem suas vidas e depois querem descontar sua frustração na minha já frustrante existência.
Eu não me importo com o que ninguém pensa de mim.
Já não me magoa o fato de eu estar sozinha nessa...
Mas me irrita e muito o fato de ninguém ajudar e ainda assim se sentir no direito de se intrometer, de encher meu saco, sem propriedade nenhuma.
Preciso ganhar na mega sena...

4 de agosto de 2008

Dias loucos porem necessários.
Aceito hoje que tenho alguns vícios.
Que tenho amigos verdadeiros
Que amo viver intensamente.
Que não sou uma pessoa inexpressiva, não nasci pra assistir a vida, sou muito boa vivendo.
Que as melhores coisas às vezes são as que pensamos piores, são essas tijoladas na cara que nos fazem acordar pro que há de bom.
Que mesmo as pessoas que consideramos caretas podem te surpreender após um vinho barato
Que você mesmo pode se surpreender ao trocar idéias em outras línguas fluentemente do nada.
Que é bom tomar banho de chuva.
Que é ótimo ouvir Morrissey bêbada.
Que se permitir morrer de tédio faz com que renasça mais força no seu coração.
Que estranhamente voltamos às mesmas pessoas que amamos sem querer.
Que ser velho precoce não implica não viver a vida, implica conhecer o que te faz feliz...