Então eu disse pra ela, quase chorando, com uma dor escancarada no peito:
- Eu achava que isso era desejo, agora vejo que é amor.
E ali fiquei enquanto ela me encarava com aqueles grandes olhos que sempre me davam medo.
- Amor é uma palavra muito forte, ela disse.
-É a palavra certa, a única palavra. Repliquei, já percebendo a derrota iminente.
-Se a palavra é certa então sou a pessoa errada.
E assim terminou, assim, sem mais nem menos, naquela calçada suja, no meio de todas as pessoas que passavam por ali sem perceber meu coração sangrando por ela, aquele relacionamento moralmente incorreto perante todas pessoas moralmente incorretas.
E naquela hora ela sorriu, e então me beijou. Não sei se por pena, por afeto, por pura vontade. E vivi.
Blog novo!
Há 7 anos
3 comentários:
Carajo!
Que grande texto, Stê!
:)
As vezes acho que a gente aceita viver com tão menos do que merecemos,rs,mas aí vejo que as vezes um nadinha é o que precisamos para retomar o ar.
Lindo texto.
Beijão.
Viva a falta de preconceito!
Aliás, se as pessoas esquecessem um pouco essa besteira retumbante, que é causa constante de enormes edemas da alma, a humanidade já estaria alguns degraus mais perto da sabedoria, que é mãe da paz de espírito, prima da alegria e amiga íntima do gosto de se viver.
grande beijo
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